Na natureza selvagem - Into the wild

O post de hoje é uma dedicatória ao livro escrito no ano de 1996 por Jon Krakauer que foi posteriormente adaptado para o cinema, de forma brilhante,  pelo ator/diretor Sean Penn. "Na natureza selvagem", ou no original "Into the wild", narra a história de um jovem cujo nome é Cristopher Mcandless e sua jornada aventureira rumo ao Alasca.

Cristopher, que era um jovem de familia de classe alta americana, acaba de se formar em sua faculdade com as melhores notas e tem uma promissora carreira a sua frente, entretanto, Cristopher faz o reverso do que se esperaria de um jovem nestas condições. Ele doa suas economias do tempo de faculdade, que somavam cerca de U$24.000,00 a uma instituição de caridade e pega sua mochila com poucas roupas e equipamentos e dá início a sua jornada louca rumo ao desconhecido. Pelo caminho, MCandless vai conhecendo pessoas maravilhosas que lhe ajudam a entender seus medos e a decifrar um pouco da alma humana.

Na verdade ouso dizer que o jovem MCandless mudou a vidas das pessoas que cruzaram seu caminho, demonstrando que através do amor e da simplicidade podemos nos "curar" das doenças transmitidas pelo modelo de sociedade padrão que nos é imposto massacrantemente pela mídia, pelo consumismo desenfreado e por tanta falta de amor e respeito pelo nosso próximo. Por causa disso, após assistir ao filme ou ler o livro, garanto que você, assim como foi comigo, será tomado de um repúdio a todo esse sistema falido que nos é ensinado desde crianças, e certamente, aquela sua vontade antiga de "jogar tudo para o alto" e partir rumo aos seus sonhos, voltará repentinamente como se fosse um trovão. Cristopher escolhe o Alasca por ser um dos poucos lugares ainda não dominados pelo homem. No Alasca o que prevalece é a natureza, e não os egos inflamados do homem médio padrão. No Alasca o sistema não pode vencer, pois quem vence é a natureza selvagem.

Cristopher estava tentando provar a si mesmo e a quem mais quisesse acreditar que podemos ser felizes com muito pouco e que o isolamento nos faz olhar para dentro de si próprio e se auto-descobrir. Em sua jornada, ele se intitula: Alexander Supertramp e segue motivado por seus autores preferidos e suas obras, tais como Thoreau e a "Desobediência civil" e Pasternack com o "Doutor Jivago". Nesta fantástica jornada, Alex faz várias amizadas rápidas mas que certamente ganharam a eternidade. Estas amizades ajudaram inclusive o diretor Sean Penn a produzir o filme atendo-se fielmente a todos os detalhes. Entre os amigos feitos por Alex, destaca-se um casal de hippie que lhe acolhe como se fosse um filho, bem como o "boa praça" Wayne, que lhe dá um emprego e muitos conselhos sobre as dificuldades que lhe aguardam no caminho para o Alasca. As novas amizades continuam até perto do fim, quando Alex aceita ajuda de um senhor de idade chamado Ron, que trabalhava há muitos anos com couro. Ron e Alex ficaram juntos por pouco tempo, mas o suficiente para trocarem experiências fabulosas, que contrastam entre a breve vida de um jovem aventureiro e o tradicionalismo que furtou sonhos de um homem de idade avançada.

Em suma, Cristopher/Alex renasce para a vida. Ele renasce para a vida que ele queria viver, e não a vida que seus pais queiram que ele tivesse. Na verdade, muito mais do que a busca do Alasca, o jovem Mcandless estava em busca de conhecer a si próprio e seus limites. Assistam ao filme e descubram o seu final, por que é claro, eu não vou contar. Vale a pena. O único perigo é você, assim como nós, se apaixonar por essa história verídica que nos ensina mais do muitos anos de vida e que não podemos aprender em nenhuma classe de aula e inventarem uma viagem rumo a natureza selvagem.

Grande abraço a todos e aproveito para trazer no final do post, aquele que talvez seja o grande ensinamento aprendido com a história de Alexander Supertramp. No início de seu isolamento Alex pensava: "você não precisa de relacionamento humano para ser feliz. Deus colocou tudo ao redor de nós", entretanto, no final de sua grande jornada, Alex diz uma das coisas mais profundas que eu já ouvi: "a felicidade só é real quando partilhada".

É por isso que compartilho com vocês um pouquinho dessa história fantástica.

Iury